Doping: juíza da "Operação Galgo" pede ADN de atletas
De acordo com o El País, no auto em que a juíza ordena a recolha das amostras é indicado que as análises prévias às bolsas revelaram que o sangue de uma pertence a um homem e de outras duas a mulheres. Por isso, Mercedes Pérez Barrio ordenou a obtenção do ADN de Reyes Estévez, Eugenio Barrios, Nuria Fernández e Digna Luz Murillo.
Estes atletas constam da lista de suspeitos de terem beneficiado do esquema de dopagem montado pela rede, baseado em parte em doping sanguíneo. De fora dos visados pela juíza ficou Alemayehu Bezabeh, pois é dado já como provado que o perfil genético de uma das bolsas coincide com o do atleta espanhol de origem etíope. O campeão europeu de crosse (2009) estava prestes a ser submetido a uma transfusão sanguínea quando a Guarda Civil agiu.
O atleta estava na companhia do treinador Manuel Pascua Piqueras, arguido no processo, e Alberto León, ex-ciclista de BTT e principal operacional da rede, que entretanto se suicidou. Bezabeh e o seu empresário deslocaram-se nesse dia à Real Federação Espanhola de Atletismo (RFEA) e alegaram que o atleta estava a ser enganado pelo treinador. Sem esperar pelas provas obtidas pela justiça criminal, a RFEA escudou-se no facto de a lei antidopagem espanhola não punir a tentativa de dopagem para ilibar Bezabeh, o que criou uma onde de protestos do governo e até de outros atletas espanhóis (ver relacionado).
Estévez, Barrios, Fernández e Murillo também eram treinados por Pascua Piqueras. Segundo ao auto da juíza, contra todos há indícios, fornecidos pelas escutas realizadas pela Guarda Civil, de que beneficiaram de doping através de transfusões com o próprio sangue, recolhido anteriormente e tratado para ser reinjectado antes ou durante as provas mais importantes. Para completar o círculo à volta dos atletas suspeitos, só falta obter o ADN da holandesa Adrienne Herzog, mas neste caso será preciso obter a colaboração da justiça da Holanda, diz ainda o El País.